Espiritismo no lar!




Campanha: Espiritismo no Lar!



Objetivo:

Ampliar a forma de estudar o Espiritismo nos lares.

Material:

Campanha: O Evangelho no Lar e no Coração, Federação Espírita Brasileira.

Embora existam diversas instruções sobre o Evangelho no Lar, optamos por recorrer à referência da FEB, por entendermos que como organizadora principal do Movimento Espírita Brasileiro, suas instruções são mais universalmente aceitas.

O documento original encontra-se aqui:


Retiraremos do documento as instruções sobre a prática do Evangelho no Lar e, em seguida, teceremos comentários, expondo nosso projeto. A citação entre aspas e vermelha indica o material da FEB, as respostas sem aspas e em azul, nossos comentários.

Motivações.

1. “Estudar o Evangelho de Jesus possibilita compreender os ensinamentos cristãos, cuja prática nos conduz ao aprimoramento moral.”


A obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, é utilizada, nos estudos do Evangelho no Lar (normalmente secundadas também por outras obras), com o objetivo de favorecer aos Espíritas (e não espíritas) uma compreensão mais acertada das Leis Morais. As Leis Morais aparecem na terceira parte de O Livro dos Espíritos, também de Allan Kardec, de onde a inspiração para a obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, surge.

No entanto, embora bela, esta não é a única obra que favorece isto. Entendemos que todas as obras de Allan Kardec são igualmente importantes neste processo de melhoria moral através do esclarecimento da razão. Por este motivo, não encontramos justificativas doutrinárias para apenas estudar O Evangelho Segundo o Espiritismo, no lar. 

Em O Livro dos Espíritos, por exemplo, vamos entrar em contato com os ensinos filosóficos do Espiritismo. Estes são essenciais para fazer compreender os princípios que secundarão uma boa compreensão da moral Espírita.

2. “Criar em todos os lares o hábito de se reunir em família, para despertar e acentuar nos familiares o sentimento de fraternidade.”

O Espiritismo tem por objetivo auxiliar o homem em seu progresso moral. Para isto, revela seus princípios e, estes, devem servir de material à inteligência que, compreendendo certas leis, trará consigo o avanço moral. É importante que os Espíritas criem, em seus lares, ambientes de estudo e possam oferecer aos amigos e familiares (desde que queiram, claro) os meios de conhecê-lo, compreendê-lo e praticá-lo. Assegurando a continuidade e qualidade do Espiritismo para as gerações futuras que, estudando-o em sua base, assim o conservarão.

3. “Pelo momento de paz que o Evangelho proporciona ao Lar, pela união das criaturas, propiciando a cada um uma vivência tranqüila e equilibrada.”

O resultado da aplicação em si dos princípios espíritas resulta no que Kardec chamou, em O Livro dos Médiuns (CAP. 3) de Verdadeiros Espíritas. Isto é, aqueles que o compreendem e não estão somente a admirar a moral espírita, mas a praticá-la, conforme possam, melhorando-se continuamente.

4. “Higienizar o Lar por pensamentos e sentimentos elevados e favorecer a influência dos Mensageiros do Bem.”

Entendemos que o objetivo do estudo não é higienizar o lar, mas, o esclarecimento de nós mesmos, através do estudo. Os adeptos esclarecidos levam o esclarecimento aonde forem e isso assegura ambiente saudável pelo esforço contínuo de melhoria. E, o desejo no bem, atrai a atenção de bons Espíritos que nos inspirarão à medida de nossos próprios esforços.

5. “Facilitar no Lar e fora dele o amparo necessário diante das dificuldades materiais e espirituais, mantendo operantes os princípios da vigilância e da oração.”

Aqui entendemos haver um erro. Da forma como está escrito, subentende-se que as pessoas que praticam o Evangelho no Lar são mais assistidas que outros. Vemos nisto um erro. A Doutrina Espírita nos ensina que grande parte dos males são causados por nossas ações e, por isso, a reparação cabe a nós mesmos e, para os males alheios à nossa vontade, constitui uma prova ou expiação e o apoio dos Espíritos virá independente de qualquer crença, sendo o único requisito a vontade verdadeira e firme no bem.

6. “Elevar o padrão vibratório dos componentes do Lar e contribuir com o Plano espiritual na obtenção de um mundo melhor.”

A partir do momento em que se compreende o Espiritismo, um véu é suspenso sobre o mundo, os seres, a vida, a morte entre outros temas que impõe silêncio, medo e dúvidas na cultura humana. Apagam-se, aos poucos, os laços de egoísmo e se faz com que os homens encarem sua família como todos; sua casa, seu planeta; essa consciência produz bons efeitos em todas as relações sociais e ambientais.

7. “Tornar o Evangelho conhecido, compreendido, sentido e exemplificado em todos os ambientes.”

Na obra: O que é o Espiritismo, no diálogo com o cético, Kardec diz que o Espiritismo não tem por objetivo fazer prosélitos. Entendemos que, muito mais que tornar o Evangelho no Lar uma prática amplamente conhecida, seria interessante tornar o Espiritismo no Lar conhecido. Isto é, além de O Evangelho Segundo o Espiritismo, tornar o estudo do Espiritismo, em todas as obras de Allan Kardec, como prática comum nos lares para que, mais que uma melhoria moral, se possa produzir conhecimento doutrinário.

Como fazer?

8. “Escolha, na semana, um dia e horário em que a família possa se reunir durante mais ou menos trinta minutos. Crianças também podem fazer parte da reunião. Pode ocorrer a presença de visitantes ocasionais e, neste caso, podem ser convidados a participar; caso não sejam espíritas, devem ser esclarecidos sobre a finalidade da reunião. Há inclusive a possibilidade da reunião ser realizada por uma só pessoa – o roteiro a ser seguido é o mesmo.”

Como, atualmente, temos de nos dividir entre trabalho, casa, filhos, estudos, etc. O tempo, de fato, fica curto. Portanto, urge não desperdiçá-lo. Com um esforcinho  todos conseguem alguns minutos por semana para dedicar ao estudo.


As crianças podem participar, porém, os pais devem ser facilitar o seu conhecimento, facilitando os exemplos e induzindo disciplina durante os estudos. O silêncio e o recolhimento são imprescindíveis. 

Concordamos que os visitantes devem ser esclarecidos sobre o estudo e participarem somente se desejarem. Estende-se isto também aos filhos, amigos, parentes, etc. Nunca se deve forçar a presença e participação nos estudos a contragosto. Aprender precisa ser uma atividade estimulante e não entendiante. Kardec diz que a abjuração forçada produz hipócritas e cremos que ele estava certo.

Como o objetivo é o estudo, é indiferente se é feito por uma ou várias pessoas. Quando dissemos “lar” é em virtude da prática do Evangelho no Lar, que é comum entre os Espíritas. Se isto puder ser feito, deve ser feito. Nada, porém, obsta o estudo sozinho. 

Nota: Eu mesmo estudei durante um ano no banheiro. Isto mesmo: No banheiro. Como havíamos suspendido os estudos em casa por conta da faculdade, o tempo que me sobrava era o restante da hora do almoço. Tão logo almoçava, ia ao banheiro (pois que era o ambiente mais tranqüilo da empresa) e, literalmente, sentado ao vaso sanitário, eu lia. Li toda a Revista de 1858 de Janeiro à Maio, no banheiro.


Roteiro:

1. “Início da reunião – prece simples e espontânea.”


Toda reunião espírita deve começar com uma prece. A experiência nos mostra ser pouco produtivo perguntas como: Quem deseja fazer a prece hoje? – Algumas pessoas ficam constrangidas. Se forem delegadas, também não se costuma ter bons efeitos, pois, coagida, a prece tende a ser, como se diz: De boca para fora.

Adotamos, em nossos estudos, o sistema de livre vontade. Se ninguém desejar fazê-la, o condutor do estudo o fará. Assim, tão logo na primeira reunião, dizemos: Sempre que alguém quiser fazer a prece, basta pedir. Evitamos, portanto, em todos os estudos ficar perguntando quem gostaria de fazer a prece.


2. “Leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo – começar desde o prefácio, lendo um item ou dois sempre em seqüência.”


Concordamos com a FEB de que a leitura deve ser sequenciada  a fim de produzir um conhecimento encadeado e não fragmentado, como se costuma fazer, abrindo o Evangelho ao acaso e lendo uma passagem qualquer.

Se o grupo de estudos for composto de pessoas já experientes, poderão ser adotadas qualquer obra de Kardec que entendam favorecer a compreensão da maioria. Talvez um sistema de votação facilite a escolha.

Nota: Entendemos que o estudo da obra de Allan Kardec é fundamental para compreensão do Espiritismo. Não desdenhamos, porém, outras obras; entendemos que sua apreciação deve ser subordinada ao gosto pessoal.

Se o grupo é noviço no Espiritismo, recomendamos uma seqüência proposta pelo próprio Kardec (O Livro dos Médiuns, CAP. 3) que é começar pelo: O Que é o Espiritismo, a fim de que os integrantes informem-se melhor sobre o que vão estudar.

Após o término da obra, adotar outra em seqüência cronológica (que também é uma seqüência de ensinos), O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, etc.


3. “Comentários sobre o texto lido – devem ser breves e contando com a participação dos presentes, evidenciando o ensino moral aplicado às situações do dia-a-dia.”

Comentários sobre o texto lido devem ser concisos, fundamentados, sobre o tema e contando com a participação de todos que queiram, expondo dúvidas, fazendo re-leituras e debates até a exaustão da questão.

Normalmente, o grupo tem um coordenador, que costuma ser o mais experiente do grupo. Sua função é conduzir a reunião e não ser consultado sobre tudo. É comum este erro. Um membro mais ativo ou mesmo mais experiente costuma ser referência. Assim, não há estudo, há palestras e o objetivo não é este.


4. “Vibrações – Pela fraternidade, paz e equilíbrio de toda a Humanidade, por todos os governantes e por aqueles que têm sob a sua responsabilidade crianças, jovens, adultos e idosos; pela implantação e vivência do Evangelho em todos os lares; pelo próprio lar dos participantes, mentalizando paz, harmonia e saúde para o corpo e para o espírito.”

Embora procedente de boa-vontade, a descrição acima nos induz ao mentalismo e, isto não faz parte da doutrina Espírita. Sem tecer maiores comentários, sugerimos aos leitores uma leitura atenta do CAPÍTULO XXVII - PEDI E OBTEREIS, de O Evangelho Segundo o Espiritismo sobre a qualidade e ação da prece.

5. “Pedidos – Pode-se pedir pelos parentes, amigos, por pessoas que não participem do círculo de amizades e por toda Humanidade.”

Após a leitura da referência anterior, este próximo detalhe ficará mais esclarecido. Pode-se orar por si ou pelos outros, porém, é importante compreender os mecanismos da prece, a fim de que a reunião não se transforme em petitório de preces à semelhança de novenas.

.6. “Prece de encerramento – Simples, sincera e espontânea, agradecendo a Deus, a Jesus e aos Bons Espíritos.”


Recomendamos que, para melhor compreensão, seja consultado o CAPÍTULO XXVIII - COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, item três: Reuniões Espíritas.

OBS.: A prática do Evangelho no Lar não deve ser transformada em reunião mediúnica. Toda intuição e inspiração, que possam ocorrer, devem ficar no campo dos comentários gerais, no momento oportuno.”

Não vemos obstáculos para que, dentro do grupo de estudos, possa haver reuniões mediúnicas. Aconselhamos, porém, que isto seja evitado por pessoas inexperientes, pelos riscos que a mediunidade encerra. Porém, se o grupo for experiente, não há inconveniente algum. O Espiritismo começou com reuniões mediúnicas familiares.



Livros indicados: “O livro básico e indicado é O Evangelho Segundo o Espiritismo (Allan Kardec)

Livros recomendados:

Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Fonte Viva, Vinha de Luz (Emmanuel)
Agenda Cristã (André Luiz) 

Jesus no Lar - Alvorada Cristã (Neio Lúcio)

Luz no Lar (Autores diversos)

Deus aguarda - Evangelho em Casa (Meimei)

Messe de Amor (Joanna de Ângelis) e outros de conteúdos semelhantes.”


Como já dito anteriormente, entendemos que os grupos devem dedicar-se ao estudo da obra de Allan Kardec, deixando, para obras secundárias, o gosto pessoal, individual. Isto porque o Espiritismo, no Brasil, está muito aquém de seu potencial em razão do desconhecimento dos próprios Espíritas sobre as bases elementares da Doutrina que professam.

Entendemos que o estudo da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo é importante e deve, naturalmente, ser feito. Porém, não vemos justificativas para o esquecimento das demais obras, que são também importantes. 

Não é de se espantar, hoje, que o conhecimento Espírita esteja diluído. Não é raro encontramos verdadeiros absurdos sendo feitos e divulgados em nome do Espiritismo. Achamos que a razão disto está na falta de estudo e compreensão das obras de Allan Kardec, que são o alicerce do Espiritismo. Pergunte a si mesmo e  aos espíritas que você conhece: Quais obras de Kardec estudaram?

A resposta é a motivação desta campanha: Espiritismo no Lar!

Dúvidas, críticas, sugestões? Fique à vontade. Se você acha esta proposta coerente, leve-a a sua casa espírita, aos seus amigos, enfim, divulgue!

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